quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Disturbia (D.J. Caruso) - 2007


[Apenas mais uma das milhares de críticas sobre o filme]

Janela Indiscreta em versão moderna e digital é como poderíamos definir esse filme de puro merchandising que faz uso de todos os vícios tecnológicos da atualidade: filmadoras, Ipods, Itunes, Games em rede, etc. Em suma, um grande clichê.
Assim, Paranóia acabou se saindo como uma tentativa frustrada de “homenagear” um grande clássico de Hitchcock. Pouco criativo e nada inteligente, o filme conta com personagens desinteressantes que não concedem vida ao projeto, e não dão a fluidez necessária para o desenvolvimento da dramaturgia supostamente proposta pelo diretor.
Utilizando um lugar pequeno para passar sua história, o filme preocupa-se na criação do mito e afins, se tornando “assistível”. Mesmo trazendo no roteiro temas ligados a adolescência, a narrativa não consegue aproximar o espectador dos protagonistas, deixando a desejar o desenrolar da história.
Quanto ao trabalho do diretor D.J. Caruso (o mesmo autor de Roubando Vidas e de Tudo por dinheiro), esse, mostra-se competente no filme em questão. A forma com que estabelece uma identidade a Kale, através de coisas triviais, ao mesmo tempo em que insere piadas sobre coisas de adolescentes é eficaz, imprimindo tensão em várias partes (com auxílio de montagens). Porém, o filme parece pular abruptamente no tempo, quando na verdade só se passam algumas horas, ou apenas um dia.
A suspeita de Kale que seu vizinho é um assassino surge de forma inusitada e até mesmo ridícula, bem como seu novo hobby de espionar o comportamento e a rotina da vizinhança.
A trilha sonora é fraca, não combina com as cenas exibidas. Há um erro visível, gritante e imperdoável do microfone em cena.
Enfim, é um filme fraco, com pouco ou nenhum conteúdo.